The Black Keys – El Camino (2011)

 

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“É o melhor álbum que eu escuto em anos!” – Oscar Nogueira (oscarnogueira.com)

Em sua essência o Black Keys já é básico. Uma banda que na verdade é um duo não tem muita coisa pra complicar no quesito instrumentos (vide o exemplo do White Stripes). Dan Auerbach é o responsável pelos vocais e pelas guitarras, enquanto Patrick Carney é o cara das baquetas.

“El Camino” é o sétimo álbum da banda, lançado a 10 anos do primeiro single, e funciona como uma homenagem, mas não à banda e sim aos amantes da música, pois passeia pelo rock clássico, punk, blues, R&B e outros diversos estilos, com letras simples e marcantes.

A faixa de abertura do disco, “Lonely Boy“, tem uma das melhores introduções da década e está no iní­cio do disco exatamente pro ouvinte saber o que vai encontrar pelas 10 faixas restantes do disco. Uma pegada rock clássico que lembra Chuck Berry, com um vocal reverberado e levemente distorcido, para não dizer sujo. Me lembrou bastante o primeiro álbum do Arctic Monkeys, mas não pela semelhança sonora e sim pela qualidade da intro.

Outra faixa de destaque é “Gold On The Ceiling“. Palmas e meia lua perfeitamente harmonizados com o pegajoso riff que vai da introdução ao refrão e do refrão ao final da música sem parecer repetitivo ou cansativo. Print

E pelo decorrer de todas as faixas riffs e mais riffs são introduzidos. Limpos, distorcidos, graves e agudos, dos mais diferentes tons e sonoridades, mas todos muito bem encaixados e nunca parecendo desnecessários. Um excelente trabalho de produção.

Led Zeppelin e The Clash foram citados pela dupla como influências diretas para a gravação e “El Camino”. Na verdade, ‘influência’ pode muito bem ser ‘referência’. “Little Black Submarines“, que começa leve e cresce para um final à lá Jimmy Page, é quase uma homenagem ao Led Zeppelin, enquanto a batida lite punk e a letra “reclamona” de “Hell of a Season” lembram a lendária banda de punk inglesa.

Duas últimas canções que merecem ser citadas são “Stop Stop“, que tem um swing muito caracterí­stico de Cee Lo Green, do Gnarls Barkley, banda que trabalhou recentemente com o mesmo produtor deste álbum; e “Nova Baby”, que parece uma pérola do tempo dos sintetizadores que a muito esquecida e agora vei novamente à tona para deleitar nossos ouvidos.

Enfim, “El Camino” é o álbum muito maduro da banda e mostra como uma excelente produção aliada a uma criatividade musical pode gerar um produto que é um passeio em diversos estilos musicais e torna o Black Keys, para àqueles que gostam de rótulos, uma das bandas mais difí­ceis de se classificar.

Amplexos!

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