
“É o melhor álbum que eu escuto em anos!” – Oscar Nogueira (oscarnogueira.com)
Em sua essência o Black Keys já é básico. Uma banda que na verdade é um duo não tem muita coisa pra complicar no quesito instrumentos (vide o exemplo do White Stripes). Dan Auerbach é o responsável pelos vocais e pelas guitarras, enquanto Patrick Carney é o cara das baquetas.
“El Camino” é o sétimo álbum da banda, lançado a 10 anos do primeiro single, e funciona como uma homenagem, mas não à banda e sim aos amantes da música, pois passeia pelo rock clássico, punk, blues, R&B e outros diversos estilos, com letras simples e marcantes.
A faixa de abertura do disco, “Lonely Boy“, tem uma das melhores introduções da década e está no início do disco exatamente pro ouvinte saber o que vai encontrar pelas 10 faixas restantes do disco. Uma pegada rock clássico que lembra Chuck Berry, com um vocal reverberado e levemente distorcido, para não dizer sujo. Me lembrou bastante o primeiro álbum do Arctic Monkeys, mas não pela semelhança sonora e sim pela qualidade da intro.
Outra faixa de destaque é “Gold On The Ceiling“. Palmas e meia lua perfeitamente harmonizados com o pegajoso riff que vai da introdução ao refrão e do refrão ao final da música sem parecer repetitivo ou cansativo. 
E pelo decorrer de todas as faixas riffs e mais riffs são introduzidos. Limpos, distorcidos, graves e agudos, dos mais diferentes tons e sonoridades, mas todos muito bem encaixados e nunca parecendo desnecessários. Um excelente trabalho de produção.
Led Zeppelin e The Clash foram citados pela dupla como influências diretas para a gravação e “El Camino”. Na verdade, ‘influência’ pode muito bem ser ‘referência’. “Little Black Submarines“, que começa leve e cresce para um final à lá Jimmy Page, é quase uma homenagem ao Led Zeppelin, enquanto a batida lite punk e a letra “reclamona” de “Hell of a Season” lembram a lendária banda de punk inglesa.
Duas últimas canções que merecem ser citadas são “Stop Stop“, que tem um swing muito característico de Cee Lo Green, do Gnarls Barkley, banda que trabalhou recentemente com o mesmo produtor deste álbum; e “Nova Baby”, que parece uma pérola do tempo dos sintetizadores que a muito esquecida e agora vei novamente à tona para deleitar nossos ouvidos.
Enfim, “El Camino” é o álbum muito maduro da banda e mostra como uma excelente produção aliada a uma criatividade musical pode gerar um produto que é um passeio em diversos estilos musicais e torna o Black Keys, para àqueles que gostam de rótulos, uma das bandas mais difíceis de se classificar.
Amplexos!