Poder Sem Limites

Três adolescentes resolvem dar aquela escapadinha da rave do colégio e encontram um buraco no meio da floresta. Dentro do buraco se deparam com um objeto que dá poderes de super-herói para eles. Toda essa experiência é gravada pela câmera de mão de  um dos jovens, que cansado dos abusos do pai resolve filmar toda a sua vida. Esse é o enredo e a justificativa para o jogo de câmeras, no melhor estilo “A Bruxa de Blair”, de Poder Sem Limites (Chronicle, 2012).

O único trailer que assisti me deixou com uma grande vontade de assistir o filme. Comecei a me arrepender dessa grande vontade no primeiro terço do filme, onde a descoberta e o desenvolvimento dos poderes dos garotos passaram com a morosidade de uma tartaruga de 120 anos de idade, apesar de algumas cenas divertidas e bastante representativas do que é um adolescente que descobre super-poderes. Depois desse ponto, o filme entra em uma crescente tanto de roteiro (mesmo que previsí­vel) quanto das cenas de ação.

Os efeitos especiais do filme são bastante sutis quando o objetivo é mostrar os jovens voando ou realizando ações um tanto quanto impensáveis para pessoas “normais”. A visão em primeira pessoa causada pela câmera dá uma boa impressão para os espectadores do que pode ser voar por entre as nuvens e ao lado de aviões.

A idéia de seguir com a câmera na mão, no iní­cio do filme, deixa uma sensação de “isso-não-pode-dar-certo”, mas com o desenvolvimento dos poderes dos personagens principais se abrem diversas possibilidades para jogos e movimentações de câmera bastante interessantes. Ressalvas negativas são para a utilização desse recurso quando estão acontecendo as grandes lutas do filme e nas passagens das câmeras entre os personagens ou mesmo de rua e celulares, que algumas vezes são bastante forçadas e não-naturais.

“Poder Sem Limites” é um filme bom pela abordagem diferenciada que trouxe para um filme de super-heróis e esse é o seu grande mérito. As atuações não são mais do que simplórias. Não há destaques, nem mesmo pelo personagem principal, que tem problemas sociais e pessoais muito claros desde o iní­cio do filme. A direção linear e o roteiro previsí­vel são do estreante em cinema Josh Trank, que acaba chamando a atenção para si mais pela idéia do que pela execução.

Se você gosta do estilo de narrativa e quer ter uma noção do que é aplicá-la ao mundo dos super-heróis, vá ao cinema, veja “Poder Sem Limites” e depois poste seu comentário. Você não vai se arrepender!

Um comentário em “Poder Sem Limites

  1. No final, nas cenas mais tensas, as mudanças de câmera frustram um pouco por não conseguir acompanhar a cena em um visão geral em todos os momentos…
    Mas realmente, no contexto geral o filme é mto bom, vale a pena assistir!
    =]

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