Whiplash: exemplo de liderança?

Recentemente assisti ao filme “Whiplash“, onde um jovem aspirante a bateirista, estudante de uma das mais renomadas escolas de música dos Estados Unidos, encontra o grande desafio de sua carreira quando decide participar da banda de jazz liderada pelo melhor professor da escola.

Trabalhando as analogias, o estudante, interpretado por Miles Teller, é a representação de um funcionário com um talento ainda bruto para o trabalho, precisando ser lapidado e tratado para dar o melhor de seu resultado. Quem é responsável por essa lapidação é J.K. Simmons, o maestro/professor e equivalente ao seu gestor/chefe.

A principal caracterí­stica do professor é o seu perfil de liderança e cobrança de resultados: gritaria, pressão psicológica e até agressões verbais e fí­sicas. Muitos podem não acreditar, mas ainda existem “gestores” que usam essas técnicas para motivar o time é conseguir os resultados.

O filme trabalha muito bem o resultado dessa forma de liderança. O que é relevante para o resultado é o perfil do liderado. O personagem de Miles, se entrega completamente e mesmo com toda essa pressão consegue entregar seu melhor e se superar cada vez mais, até tornar-se um expoente da música. O mesmo não é verdade para outros personagens mostrados durante o filme, que mesmo entregando o resultado esperado, não conseguiram suportar a tanta pressão e ficaram marcados pela vida por essa liderança, o que pode levar para um destino trágico.

No fim das contas, os efeitos de uma liderança antiquada e cheia de pressão pode ser bastante efetivo no curto prazo, mas seus efeitos negativos podem durar para a vida, desestabilizando o profissional e reduzindo sua vida útil para o trabalho.

Quanto ao filme, é uma excelente opção para assistir no cinema. As músicas e a trilha sonora são fantásticas e o relacionamento intenso entre professor e aluno te deixa sentado na ponta da poltrona.

Minhas apostas para o Oscar 2013

o201302

Boas,

neste final de semana que chega, acontecerá 85a edição da maior festa do cinema mundial, o Oscar 2013. Por mais incrí­vel que pareça, o prêmio não é uma homenagem à minha pessoa, mas mesmo assim tem uma grande relevância para aqueles que acompanham, gostam e/ou vivem de cinema e entretenimento.

Esse ano a apresentação da cerimônia será do comediante Seth MacFarlane, mente doentia por trás do sucesso “Ted” e da série de televisão “Family Guy“.

Vamos ao que interessa: separei na listagem de indicados abaixo duas apostas. Uma do filme que eu acho que vai ganhar (marquei com [ACADEMIA]) e outra do filme que eu gostaria que ganhasse (marquei com [OZ]). Só votei naquelas que são consideradas as principais categorias. Deixei de lado categorias que não têm apelo do público, especialmente aqui no Brasil.

MELHOR FILME

  • Amor
  • Argo
  • Indomável Sonhadora
  • Django Livre
  • Os Miseráveis
  • As Aventuras de Pi
  • Lincoln [ACADEMIA]
  • O Lado Bom da Vida [OZ]
  • A Hora Mais Escura

MELHOR DIRETOR

  • Michael Haneke – Amor
  • Ang Lee – As Aventuras de Pi
  • David O. Russell – O Lado Bom da Vida
  • Steven Spielberg – Lincoln [ACADEMIA] [OZ]
  • Benh Zeitlin – Indomável Sonhadora

MELHOR ATOR

  • Bradley Cooper – O Lado Bom da Vida [OZ]
  • Daniel Day-Lewis – Lincoln [ACADEMIA]
  • Hugh Jackman – Os Miseráveis
  • Joaquin Phoenix – O Mestre
  • Denzel Washington – O Voo

MELHOR ATRIZ

  • Jessica Chastain – A Hora Mais Escura
  • Jennifer Lawrence – O Lado Bom da Vida [ACADEMIA] [OZ]
  • Emmanuelle Riva – Amor
  • Quvenzhané Wallis – Indomável Sonhadora
  • Naomi Watts – O Impossí­vel

MELHOR ATOR COADJUVANTE

  • Alan Arkin – Argo
  • Robert De Niro – O Lado Bom da Vida
  • Philip Seymour Hoffman – O Mestre
  • Tommy Lee Jones – Lincoln [ACADEMIA] [OZ]
  • Christoph Waltz – Django Livre

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE

  • Amy Adams – O Mestre
  • Sally Field – Lincoln
  • Anne Hathaway – Os Miseráveis [ACADEMIA]
  • Helen Hunt – As Sessões
  • Jacki Weaver – O Lado Bom da Vida [OZ]

MELHOR ROTEIRO ORIGINAL

  • Amor – Michael Haneke
  • Django Livre – Quentin Tarantino [OZ]
  • O Voo – John Gatins
  • Moonrise Kingdom – Wes Anderson e Roman Coppola
  • A Hora Mais Escura – Mark Boal [ACADEMIA]

MELHOR ROTEIRO ADAPTADO

  • Argo – Chris Terrio [OZ]
  • Indomável Sonhadora – Lucy Alibar e Benh Zeitlin
  • As Aventuras de Pi – David Magee
  • Lincoln – Tony Kushner [ACADEMIA]
  • O Lado Bom da Vida – David O. Russell

MELHOR ANIMAí‡íƒO

  • Valente [ACADEMIA]
  • Frankenweenie
  • ParaNorman
  • The Pirates! In an Adventure with Scientists
  • Detona Ralph [OZ]

MELHOR FILME ESTRANGEIRO

  • Amor (Áustria) [ACADEMIA] [OZ]
  • Kon-Tiki (Noruega)
  • No (Chile)
  • En Kongelig Affí¦re (Dinamarca)
  • Rebelle (Canadá)

MELHOR TRILHA SONORA

  • Anna Karenina – Dario Marianelli
  • Argo – Alexandre Desplat [OZ]
  • As Aventuras de Pi – Mychael Danna
  • Lincoln – John Williams [ACADEMIA]
  • Skyfall – Thomas Newman

MELHOR CANí‡íƒO ORIGINAL

  • Argo – John T. Reitz, Gregg Rudloff, e Jose Antonio Garcia
  • Os Miseráveis – Andy Nelson, Mark Paterson, e Simon Hayes [ACADEMIA]
  • As Aventuras de Pi – Ron Bartlett, D. M. Hemphill, e Drew Kunin
  • Lincoln – Andy Nelson, Gary Rydstrom e Ronald Judkins
  • Skyfall – Scott Millan, Greg P. Russell e Stuart Wilson [OZ]

MELHOR FOTOGRAFIA

  • Anna Karenina – Seamus McGarvey
  • Django Livre – Robert Richardson
  • As Aventuras de Pi – Claudio Miranda [OZ]
  • Lincoln – Janusz KamiÅ„ski [ACADEMIA]
  • Skyfall – Roger Deakins

MELHORES EFEITOS VISUAIS

  • O Hobbit: Uma Jornada Inesperada – Joe Letteri, Eric Saindon, David Clayton, e R. Christopher White [OZ]
  • As Aventuras de Pi – Bill Westenhofer, Guillaume Rocheron, Erik-Jan De Boer e Donald R. Elliott [ACADEMIA]
  • Os Vingadores – Janek Sirrs, Jeff White, Guy Williams, e Dan Sudick
  • Prometheus – Richard Stammers, Trevor Wood, Charley Henley, e Martin Hill
  • Branca de Neve e O Caçador – Cedric Nicolas-Troyan, Philip Brennan, Neil Corbould, e Michael Dawson

E você? Qual sua lista de vencedores? Comenta aí­!

Poster do Oscar 2013 homenageia todos os vencedores

Esse é simplesmente fantástico!

O designer Olly Moss foi o responsável desse ano pelo poster oficial da octagésima quinta edição da festa que comemora a minha existência (mesmo antes de eu existir) premiando os melhores filmes do ano, o Oscar 2013.

No pôster dessa edição, o artista personalizou 84 estatuetas com uma caracterí­stica dos 84 filmes vencedores do prêmio de Melhor Filme. É também uma verdadeira diversão aos cinéfilos.

oscar2013

Quais os destaques de 2012 no mundo do cinema

Boas,

para um dos sites especializados em cinema que participo fiz uma lista de melhores e piores de 2012 no cinema. A
lista não está em nenhuma ordem especifica. Ei-la:

MELHOR FILME
Drive
Intocáveis
O Hobbit

PIOR FILME
Cada um tem a gêmea que merece
Star Wars – Episódio I (vale?)
Fúria de Titãs
O diário de Tati

MELHOR DIRETOR
Peter Jackson
Christopher Nolan

MELHOR ATOR
Brad Pitt / Moneyball
Ben Affleck / Argo
Ryan Gosling / Drive

MELHOR ATRIZ
Meryl Streep / Dama de ferro
Tilda Swinton / Precisamos falar sobre Kevin

MELHOR FILME NACIONAL
2 Coelhos
Gonzaga

MELHOR ANIMAí‡íƒO
Tintin e o segredo do licorne
A origem dos guardiões
Valente

MELHOR CANí‡íƒO
Real hero / Drive
Adele / 007 Skyfall

MELHOR TRILHA SONORA
Drive
Sombras da Noite
Rock of Ages

MELHORES EFEITOS VISUAIS
O Hobbit
Prometheus
As aventuras de Pi

PIOR TRADUí‡íƒO DE TíTULO
Jack And Jill / Cada um tem a gêmea que merece
One for the Money / Como agarrar meu ex-namorado
21 Jump Street / Anjos da Lei
Salmon Fishing In the Yemen / Amor impossí­vel
The Watch / Vizinhos Imediatos de 3o Grau

MELHOR SÉRIE
Homeland
Revenge
2 Broke Girls
Não citei Game of Thrones ou The Walking Dead porque não consegui assistir às temporadas.

MENí‡í•ES HONROSAS
Não coloquei como melhores do ano, mas merecem ser citados por terem feito mais de 1 bilhão de dólares entre cinema e home video: Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge, Os Vingadores e 007 – Operação Skyfall.

E você? Qual a sua lista?

Abraham Lincoln: Caçador de Vampiros

Segundo o que conta o livro de Seth Grahame-Smith, Abraham Lincoln, o décimo sexto presidente dos Estados Unidos, conhecido como Abe, o Honesto, não era tão honesto assim. Na versão da história do autor, o presidente tinha uma vida dupla. Durante o dia um simples balconista/lenhador/presidente, durante a noite um exí­mio caçador de vampiros.

Abraham Lincoln: Caçador de Vampiros” é uma adaptação do livro homônimo escrito por Grahame-Smith, que adiciona os sugadores de sangue fantásticos à história do presidente e a da guerra secessão americana, onde os estados no norte, liderados por Lincoln, lutaram contra os latifundiários dos estados do sul pela libertação dos escravos e pela unificação do paí­s.

Quando criança Lincoln (Benjamin Walker, de “Kinsey: Vamos Falar de Sexo“) descobriu a existência desses seres de uma forma trágica: viu sua mãe ser morta por essas criaturas e jurou vingança. Foi então que ele conheceu Henry (Dominic Cooper, de “Capitão América: O Primeiro Vingador“), um combatente que lhe ensinou como lutar contra os vampiros e o que fazer para derrotá-los. Em sua nova vida em Springfield, Lincoln reencontra seu amigo de infância Will (Anthony Mackie, de “Gigantes de Aço“) e junto com Speed (Jimmi Simpson, de “Zodí­aco“) e com aquela que virá a ser sua esposa, Mary Todd (Mary Elizabeth Winstead, de “Scott Pilgrim contra o Mundo“), lutam contra a escravidão dos negros e tenta evitar a escravidão dos humanos por Adam (Rufus Sewell, de “O Turista“), o primeiro sanguessuga.

Timur Bekmambetov (“Procurado“) tem um tino para dirigir cenas de ação e só isso. As cenas do treinamento do herói, os movimentos com o machado, sua arma de escolha, e os combates entre Lincoln e os diversos vampiros são bem encenadas e chegam a empolgar, especialmente na impressionante sequência do trem. O diretor parece ter se preocupado somente com essas cenas e esqueceu que o filme também é composto de outras partes.

Além das cenas de ação, a maquiagem dos personagens, os figurinos e o carisma de Walker (que diga-se de passagem, é um Liam Nesson mais jovem) são outras qualidades do longa, mas ainda nem mesmo juntas são capazes de superar o incômodo gerado pela falta de fluidez que o filme tem. Com um roteiro fraco e uma montagem que parece exaltar o problema, ao invés de escondê-lo, ficam diversas lacunas no decorrer de toda a pelí­cula.

Mesmo com seus problemas, “Abraham Lincoln: Caçador de Vampiros” ainda é um divertido filme de ação e aventura com movimentadas (e encenadas) cenas de combate, que vai agradar quem vai no cinema com o objetivo se divertir.

Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge

8 anos se passaram desde que Batman sumiu após matar Harvey Dent, o cavaleiro branco da cidade, e começar a ser perseguido pelas autoridades. Agora Gotham City é uma cidade pacificada, livre do crime organizado e (inclusive visualmente) mais clara, porém uma nova ameaça paira sobre a metrópole. Bane, ex-integrante da Liga das Sombras, chega para por fim à cidade, órfã de seu principal herói.

Com um roteiro fortemente ligado ao primeiro filme da franquia, “Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge” é a peça final do remake da franquia do homem-morcego, criado pelo diretor Christopher Nolan (“A Origem”). Um excelente filme que encerra com chave de ouro a trama do herói.

O herói é novamente interpretado por Christian Bale (“O Grande Truque”), que está bem a vontade no papel, mesmo passando a maior parte do tempo como Bruce Wayne ao invés do herói mascarado. Bale só não convence muito quando tem que se passar por inválido durante a voluntária reclusão do bilionário após o exí­lio do morcego.

Batman, nesse filme, é apoiado por John Blake (Joseph Gordon-Levitt, de “500 Dias com Ela”). Um policial órfão com um passado similar ao de Bruce Wayne. A empatia de Blake com Bruce é tão grande, que cria que o policial é capaz de identificar o bilionário como o herói mascarado. Apesar do personagem ser um dos mais trabalhados do filme, não é fundamental para a trama, sendo relevante apenas no final do filme.

O mordomo Alfred (Michael Caine, “Filhos da Esperança“) e o comissário Gordon (Gary Oldman, “Harry Potter e o Prisioneiro de Askaban”) são a ponta dramática do filme, e responsáveis pelos momentos de reflexão humana, não só de Batman, mas também do ideal do filme. Dando suporte à Bruce Wayne em suas jogadas estratégicas à frente das empresas Wayne estão Lucius Fox (Morgan Freeman, “Todo Poderoso“) e Miranda Tate (Marion Cotillard, “Nine“), bilionária que busca incentivar a polí­tica de energia nuclear das empresas Wayne, além de ser caso amoroso de Bruce.

O vilão principal Bane, interpretado por Tom Hardy (“Guerra é Guerra”), tinha uma grande responsabilidade: ser um desafio maior para Batman do que o Coringa (Heath Ledger, “10 Coisas que eu Odeio em Você”), arquiinimigo do herói e personagem do filme anterior. Com um plano bem elaborado, Bane é um obstáculo bem mais ameaçador para o homem-morcego, mas não tem o mesmo apelo que o personagem de Ledger, caminhando muito mais para a dificuldade fí­sica do que psicológica.

Com todos esses personagens, “Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge” tem muita história para ser contada, o que faz com que algumas delas sejam levemente pinceladas, como é o caso de Selena Kyle (Anne Hathaway, de “Diário de Princesa”). Personagem de certa relevância, que ora é vilão e ora é heroí­na.

Da grande quantidade de personagens que a trama traz, dois deles se destacam: o primeiro é a própria cidade de Gotham, que se torna um organismo vivo, como toda a grande metrópole, e aparece bem mais nesse filme do que nos dois anteriores; o segundo é a impecável trilha sonora de Hans Zimmer (“Gladiador“), que multiplica pelo infinito todas as cenas de ação e suspense que o filme possui e ajuda a construir cada quadro.

O bem amarrado roteiro escrito pelo diretor e por seu irmão, Jonathan Nolan, em parceria com David S. Goyer (“Blade“), não é complicado de ser compreendido, mesmo com as reviravoltas obrigatórias, e ainda faz referências à cenas dos filmes anteriores, mostrando que os roteiristas pareciam ter o argumento pronto desde o começo.

As famosas e aguardadas cenas pós-créditos popularizadas pela Marvel não têm vez no filme de Nolan. Tudo o que realmente precisa ser dito para a conclusão do filme, inclusive ganchos para uma continuação (mesmo que sem o diretor e Bale), estão dentro do próprio filme.

Assista aos filmes anteriores e corra para o cinema hoje mesmo. O último episódio da aclamada trilogia de Nolan faz jus ao lema “In Nolan we trust!” e merece ser visto em IMAX para uma excepcional experiência de imersão no mundo criado pelo diretor e pela empolgante e envolvente trilha de Hans Zimmer.

Poder Sem Limites

Três adolescentes resolvem dar aquela escapadinha da rave do colégio e encontram um buraco no meio da floresta. Dentro do buraco se deparam com um objeto que dá poderes de super-herói para eles. Toda essa experiência é gravada pela câmera de mão de  um dos jovens, que cansado dos abusos do pai resolve filmar toda a sua vida. Esse é o enredo e a justificativa para o jogo de câmeras, no melhor estilo “A Bruxa de Blair”, de Poder Sem Limites (Chronicle, 2012).

O único trailer que assisti me deixou com uma grande vontade de assistir o filme. Comecei a me arrepender dessa grande vontade no primeiro terço do filme, onde a descoberta e o desenvolvimento dos poderes dos garotos passaram com a morosidade de uma tartaruga de 120 anos de idade, apesar de algumas cenas divertidas e bastante representativas do que é um adolescente que descobre super-poderes. Depois desse ponto, o filme entra em uma crescente tanto de roteiro (mesmo que previsí­vel) quanto das cenas de ação.

Os efeitos especiais do filme são bastante sutis quando o objetivo é mostrar os jovens voando ou realizando ações um tanto quanto impensáveis para pessoas “normais”. A visão em primeira pessoa causada pela câmera dá uma boa impressão para os espectadores do que pode ser voar por entre as nuvens e ao lado de aviões.

A idéia de seguir com a câmera na mão, no iní­cio do filme, deixa uma sensação de “isso-não-pode-dar-certo”, mas com o desenvolvimento dos poderes dos personagens principais se abrem diversas possibilidades para jogos e movimentações de câmera bastante interessantes. Ressalvas negativas são para a utilização desse recurso quando estão acontecendo as grandes lutas do filme e nas passagens das câmeras entre os personagens ou mesmo de rua e celulares, que algumas vezes são bastante forçadas e não-naturais.

“Poder Sem Limites” é um filme bom pela abordagem diferenciada que trouxe para um filme de super-heróis e esse é o seu grande mérito. As atuações não são mais do que simplórias. Não há destaques, nem mesmo pelo personagem principal, que tem problemas sociais e pessoais muito claros desde o iní­cio do filme. A direção linear e o roteiro previsí­vel são do estreante em cinema Josh Trank, que acaba chamando a atenção para si mais pela idéia do que pela execução.

Se você gosta do estilo de narrativa e quer ter uma noção do que é aplicá-la ao mundo dos super-heróis, vá ao cinema, veja “Poder Sem Limites” e depois poste seu comentário. Você não vai se arrepender!

Reféns

Marido falido.Mulher com problemas de relacionamento. Filha adolescente cansada de ser tolida pelos pais. Uma casa gigantescamente grande e sem sentido. Um grupo de assaltantes sem pé nem cabeça. Cenário ideal para manter uma famí­lia como refém.

Em Reféns (Trespass, 2011), novo filme do diretor Joel Schumacher, são esse os elementos que falharão em tentar prender sua atenção nas telas do cinema.

Neste thriller de sequestro tudo o que você está vendo é exatamente o que você está vendo. Não existem reviravoltas, plot twists ou revelações que te deixam com a pulga atrás da orelha. O filme, no quesito roteiro, é tão liso e previsí­vel quanto uma pista de patinação do gelo.

Nicholas Cage faz o papel que ele sempre faz em todos os filmes, holofotes para o penteado vaca-lambida. Nicole Kidman, em um papel que poderia ter sido de qualquer pessoa, inclusive de uma boneca inflável. E para mostrar que um bom ator também precisa de um bom roteiro, nem mesmo Liana Liberato, a adolescente do excelente filme Confiar, esteve digna de algum elogio.

E não foi dessa vez que Joel Schumacher pôde fazer novamente um filme de qualidade. Bastante aquém de Tempo de Matar (1996) e Por um Fio (2002). Quase, mas quase eu senti falta dos Batmans.

Poupe seu tempo. Poupe seu dinheiro e fique longe das salas de cinema para assistir este filme. Se você quer mesmo ver a beleza (já começando a mostrar sinais de envelhecimento) de Nicole Kidman, espere pelo Blu-ray.

Harry Potter e as Relí­quias da Morte Parte 2

Tudo terminou.

Depois de muita espera e quase 10 anos de filmagens, finalmente estreou a última parte da saga Harry Potter.

Toda a estratégia de marketing, propagandas para televisão, cartazes espalhados por todas as colunas em shoppings já fizeram do filme um sucesso, mesmo antes de sua estréia. Só com a pré-venda de ingressos o valor arrecadado já indicava isso.

No filme Harry Potter, Hermione e Rony, juntos com toda (ou quase toda) escola de Hogwarts e o que restou da Ordem da Fênix continuam a (rápida) jornada pela destruição das Horcruxes.

Esse foi um dos pontos que me deixaram levemente frustrado com ambos os filmes que representaram o sétimo livro. A descoberta da existência desses artefatos, e a busca por cada um deles e a sua destruição, juntamente com a do Lorde Voldemort, aconteceram muito rápido, especialmente das 2 (ou 3, se preferir) peças pois deveriam caber em 2h10 do segundo filme.

Não entendo como um único roteiro, filmado de uma só vez possa ter partes com qualidades bem distintas. A parte 1, mesmo para quem não é fã da série, faz sentir algum tipo de empatia com a jornada dos heróis. Já a parte 2 não me fez entrar na história com o grupo, nem torcer para os mocinhos.

As únicas lágrimas que escorrem nas salas de cinema são dos fãs, comovidos sim, mas não pela emoção dos diálogos ou cenas tocantes, e sim pelo final de uma saga que demorou 10 anos para ser concluí­da, ou talvez por visualizar as cenas épicas mostradas no filme.

Não que estatuetas do Oscar mostrem a qualidade, mas certamente este estará concorrendo (como forte candidato) nas principais categorias técnicas. Toda a equipe de efeitos visuais e pós-produção está de parabéns e, sem dúvida, serão agraciados com alguns prêmios.

Leva 5 de 8 cebolas (pelo conjunto da obra dos filmes que representam o último livro).

Kung-Fu Panda 2

Em poucas palavras: é um filme excelente!

Sequências, em geral, são traumatizantes. Especialmente aquelas que são criadas apenas para ganhar dinheiro, mas desta vez a Dreamworks conseguiu. Kung Fu Panda 2 é simples, engraçado e melhor que o primeiro.

O filme conta a história de Po, o Panda que se descobre Dragão Guerreiro, lenda do kung fu. Po e os Cinco Furiosos (cada um representando uma vertente do kung fu) devem derrotar Shen, o filho do imperador pavão que inventa as armas de fogo e quer dominar a China, derrotando o kung fu.

A linha principal do filme é a comédia, liderada pelas lambanças do personagem principal, mas as cenas de drama, como quando o Ganso conta a origem do Po e quando o panda relembra sua história fazem você encher os olhos de lágrimas.

A dublagem brasileira está um show a parte. Confesso que nos primeiros 15 minutos de filme imaginava o Po como o Tuco da Grande Famí­lia, mas depois passou.  Não sei se houve alguma alteração nas piadas originais para caber melhor no português, mas se houve, está imperceptí­vel e não senti falta de Jack Black, Angelina Jolie, Gary Oldman e as outras milhares de estrelas que dublaram a versão original.

Me rendo ao 3D, que dessa vez não estava forçado e fez exatamente o que essa tecnologia se propõe a fazer: inserir o espectador no filme, sem pareça forçado ou longe do natural.

O terceiro filme já está encomendado e dessa vez, a Dreamworks quer Chuck Norris para dublar algum personagem.

Recomendo fortemente, principalmente em salas 3D! Recebe 7.5 de 8 cebolas

PS: Agora meu medo está em outra continuação: Carros, da Pixar. Pelos trailers estou achando que esse vai ser o primeiro tropeço da Pixar em muito tempo. Espero estar errado!